Crescer

o meu umbigo é grande.
do tamanho de meu talo.
na mesma proporção que sou mendigo sou glutão.
apenas falo do que sinto. minha privacidade diluída.
o que acontece é me sei tao pouco,
e sempre acabo encontrando o limite dos outros em mim,
e minha repetição.
e aí eu invento outras coisas,
que sao formas de dar nomes e olhar diferente,
olho como se fossem novas, minhas velhas coisas.

é como olhar um velho brinquedo:
olho meu hábito.
(até me lembro de quando meu brinquedo era tudo em minha infancia).
e a partir daí nao posso deixar nem me perder no vácuo de brincar,
nem acreditar demais naquilo que vejo, levar a serio, esquecer que é um brinquedo.
nao posso ser, nem uma criança adulta, nem um adulto criança:
preciso ser um Adulto que tem uma criança:
uma Criança que tem um adulto.
Com tudo de bom que tem cada um deles...

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